As vendas de medicamentos relacionados à Covid-19, o novo coronavírus, apresentaram crescimento de mais de 50% nos três primeiros meses de 2020, quando aumentaram os casos da doença, em relação ao mesmo período do ano passado. Conforme assinalou o Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso (CRF-MT), a disseminação de fake news é uma provável causa para a disparada.
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De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria da IQVIA, empresa especializada em pesquisas relacionadas à saúde, houve um aumento de 77% nas vendas de paracetamol, 54,56% nas vendas da dipirona e mais de 180% de aumento na comercialização da vitamina C (ácido ascórbico), em todo o Brasil. No Mato Grosso, o aumento no cosumo da substância foi de 134%, entre janeiro e março deste ano, em relação ao mesmo período de 2019.
As fake news foram apontadas como os principais meios de difusão de medicamentos com promessa de cura ou prevenção ao coronavírus. Diante disso, o presidente do Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso, Iberê Ferreira da Silva Junior alertou que todos os medicamentos oferecem riscos, mesmo os isentos de prescrição médica. “Os analgésicos por exemplo, costumam ser usados para aliviar dores de cabeça ou dores no corpo”. Porém, eles podem apresentar efeitos colaterais e colocar a vida da pessoa em risco”, afirma o presidente.
Os números apontam também para o crescimento no consumo da hidroxicloroquina sulfato (103,19%), a qual foi atribuída a capacidade de curar a Covid-19, no estado. Já o paracetamol teve um aumento de 141,41%, o consumo desse medicamento em março de 2019 foi de 52.946 e, em março deste ano, subiu para 217.609. No caso do Ibuprofeno, as vendas caíram em -2,86%, queda que o CRF-MT atribui à ao fato de que o medicamento foi relacionado ao agravamento de casos da Covid-19.
Também foi identificado aumento de demanda pelo medicamento com o colecalciferol como princípio ativo, a chamada vitamina D. Esse elemento também apareceu nas redes sociais como alternativa de prevenção ao novo coronavírus, da mesma forma sem respaldo científico. O aumento nas vendas da substância foi de 33,26%, o consumo desse remédio em março de 2019 era de 23.560 e em março deste ano subiu para 40.413.
Até o último boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), na tarde da última segunda-feira (25), Mato Grosso registrou, oficialmente, 1.594 casos de Covid-19 e 42 óbitos.
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