Os policiais civis Valdenir Paulo de Almeida, o "Xixo", e Valmir Pinheiro, conhecido como "Bolsonaro", do Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), são os principais denunciados. Eles teriam recebido R$ 800 mil em propina para arquivar uma investigação sobre o esquema de tráfico, em novembro de 2020.
O Estadão busca contato com as defesas. O espaço está aberto para manifestação.
Os investigadores encontraram mensagens sobre as negociações, a proposta de vantagem indevida e até o meio de pagamento. Também obtiveram extratos bancários referentes às transferências, operacionalizadas por meio de empresas de confecção, consultoria e locação de veículos. Segundo o MP, os repasses ficaram "amplamente demonstrados".
A denúncia atribui ao grupo os crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro. Os policiais civis também foram denunciados por cobrarem juros excessivos em empréstimos que ofereciam informalmente, em um esquema de agiotagem.
"Os denunciados se utilizaram de informações privilegiadas e do monopólio estatal da força, para praticarem agiotagem, venderem informações a traficantes e outros crimes descortinados", diz um trecho da denúncia.
Saiba quem são os principais denunciados:
Valdenir Paulo de Almeida, o "Xixo";
Valmir Pinheiro, conhecido como "Bolsonaro";
Rivaldo Alves do Rosário, apontado como responsável pelas operações de lavagem de dinheiro;
Paloma Pina de Almeida, filha de Valdenir, que segundo a denúncia coordenava parte das operações de lavagem de capitais e ajudava na ocultação e movimentação do dinheiro obtido ilegalmente;
João Carlos Camisa Nova Júnior e André Roberto da Silva teriam pago propinas aos policiais para interromper a investigação;
Erick Silva Dionísio e Daniel Matarese Varea, advogado que, segundo o MP, intermediaram a negociação e o pagamento de vantagens indevidas.
Responsável pela investigação, o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público de São Paulo, aponta que a evolução patrimonial dos policiais é incompatível com a renda. "Não há recursos declarados que possam dar lastro aos respectivos aportes em bens e valores", aponta o MP.
Os promotores identificaram que "Xixo" e "Bolsonaro" usaram pessoas físicas e jurídicas, inclusive empresas de fachada, transações imobiliárias, compra de veículos e pagamentos fracionados para ocultar os ganhos ilícitos.
Além da condenação, o Ministério Público pede o pagamento de indenização por dano material e moral coletivo de no mínimo de R$ 7,5 milhões.
(Com Agência Estado)
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