A Secretaria da Saúde paulista já confirmou sete mortes - no mesmo período do ano passado foram duas. "Estamos preocupados com o coronavírus da China, mas é a dengue que está matando em São Paulo", disse o superintendente estadual de Controle de Endemias, Marcos Boulos. O infectologista explicou que a maior letalidade pode estar associada à circulação do vírus tipo 2. "Muitas pessoas tiveram a dengue na grande epidemia de 2015 e nos anos seguintes, quando prevalecia o tipo 1. O paciente que é infectado por outro vírus, como está acontecendo com o 2, geralmente apresenta sintomas mais graves e o risco de morte é maior", disse.
Segundo ele, o número de casos no Estado teve um grande crescimento a partir da segunda quinzena de janeiro e já caracteriza epidemia. "Tivemos um aumento na infestação do Aedes (mosquito transmissor) e a situação deve piorar. Esperamos uma progressão de casos ainda maior em março e o ápice em abril. A doença já está aí, o mosquito saiu do controle. O tipo 2 começou a circular no ano passado e agora está aí, muito espalhado. Vai pegar para valer em uma população altamente suscetível. Temos de melhorar a assistência médica e preparar os setores de terapia intensiva."
Ele alertou que a população está com medo do coronavírus e acaba descuidando do mosquito transmissor da dengue, doença que pode ser grave e matar. "Estamos longe da China e dessa epidemia que é típica de inverno. Seria problema se estivéssemos no inverno e em contato com os chineses. Aqui, no verão, precisamos falar mais da dengue, que está matando pessoas", observou. Em março, equipes da secretaria vão percorrer o Estado para orientar a rede de saúde, especialmente os hospitais, sobre o diagnóstico e tratamento dos casos.
Chuvas
Os temporais que atingiram o interior e o calor intenso dos últimos dias contribuem para a proliferação do mosquito. A doença se expande principalmente nas regiões norte e oeste, além do Vale do Paraíba. Na terça-feira, um idoso de 72 anos diagnosticado com dengue morreu em Ribeirão Preto, que tem 1.949 casos confirmados e 6.129 em investigação, segundo a prefeitura. O município lidera o ranking da doença no Estado. Há ainda três mortes confirmadas e uma suspeita. A Secretaria da Saúde ampliou o fluxo de atendimento nas unidades e, para combater o mosquito, só em janeiro houve 40.359 vistorias em imóveis, com 3.488 criadouros achados.
As prefeituras de Presidente Prudente e Rancharia, no oeste paulista, decretaram estado de emergência por epidemia de dengue na Terça-feira.
Regiões
Por regiões do País, a situação é mais grave no Centro-Oeste, que apresenta 105,75 casos por 100 mil habitantes, vindo a seguir Sul (85,36/100 mil), Sudeste (46.56/100 mil), Norte (28,68/100 mil) e Nordeste (8,58 casos/100 mil). Destacam-se os Estados de Acre, Mato Grosso do Sul e Paraná, com incidência acima de 200 casos por 100 mil moradores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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