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Artigos Segunda-feira, 13 de Julho de 2020, 11:32 - A | A

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Segunda-feira, 13 de Julho de 2020, 11h:32 - A | A

JOSSY SOARES

Cristianismo, religião de escândalo e injustiça

JOSSY SOARES

Divulgação

Jossy Soares

Um grande jornalista americano me surpreendeu outro dia ao afirmar: “A graça de Deus é injusta e escandalosa.” Num primeiro momento fiquei chocado, por ser nascido e criado num país nominalmente cristão. Após uma análise das alegações do jornalista, pude entender que realmente a Graça de Deus é injusta quanto a justiça humana, ela não se adequa a justiça deste mundo de desgraça.

Pense bem, uma graça que num momento premia, bonifica, perdoa e transforma um mau e miserável marginal num cidadão do céu é por demais injusta. 

Lembro-me da Cruz de Cristo. Um homem nefasto, bandido, pendurado numa cruz como conseqüência de seus crimes, está sangrando e morrendo. Ali, exposto a vergonha e indolente, contempla ao seu lado Ele, o Nazareno Salvador. Num momento, repreende aquele que está do outro lado por zombar do Filho de Deus e ao contemplar a Jesus Cristo exclama: Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino!” Um homem que só fez o mal agora pede perdão. As atenções se prendem à resposta do Nazareno. Alguns podem até pensar: só fez o mal a vida inteira e agora quer ser bonzinho? Jesus, contrariando todas as expectativas exclama: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso!”

A resposta de Jesus ao ladrão contraria o senso de justiça usual. Do ponto de vista das instituições governamentais jamais um bandido deveria ser cortejado e convidado a ser cidadão de qualquer país, muito menos do céu, o local da pureza e da justiça plena. Pessoas com um tipo de comportamento maligno como aquele ladrão devem é estar separados do convívio social. Mesmo na atual tendência de penas alternativas, tal delinqüente deve ter seus direitos e liberdades limitados, sendo circunscrito a determinada área de convívio e em labor compensativo. A resposta de Jesus ao bandido é por demais não justa no aspecto humano. 

Mesmo no plano religioso Cristo contraria o senso comum. A despeito da alma delinqüente e perdida daquele ladrão, Jesus entendeu que não era necessário que ele pagasse pena espiritual alguma. De pronto dispensou a reencarnação como mecanismo de purificação para elevação da alma através de carmas. Jesus tornou inoperante os doze passos do Budismo para a purificação, como também as penitências da Igreja Romana.

Confesso que fico admirado diante da determinação de Jesus, Ele nem ao menos menciona o tão falado desequilíbrio de energia cósmica da nova era. Não manda o ladrão meditar nem buscar energias em cristais. Se pelo menos Jesus, como judeu que era mandasse a família daquele ladrão oferecer um sacrifício de animais por ele para cobrir seus pecados. Não. Nada disso o Mestre fez.

Com uma simples declaração, através de um olhar de compaixão, Jesus exclama: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso!” Agora me digam se isto não injusto?

Procurando saber o por que da atitude de Jesus, examinei sua doutrina e  pude entender tal mistério. São Paulo falou que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, e são justificados gratuitamente pela sua Graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.” (Romanos 3.23,24) Assim, a fiança, caríssima por sinal, foi o próprio Cristo quem pagou. Não havia ninguém, por mais rico que fosse que pudesse comprar a sua justificação espiritual. São Pedro chega a desprezar prata e ouro quando diz que fomos resgatados com o sangue de Cristo e não com coisas corruptíveis (1.º Pedro 3.18,19).  Mesmo os sacrifícios que envolvam até a morte física são ineficazes, pois Paulo diz que ainda que desse o corpo para ser queimado e não tivesse o Amor, nada valeria. Esse amor é aquele que Jesus se referiu: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna!” (João 3.16). Esse amor aponta para uma graça estranha, injusta e escandalosa.

Descobri assim que Deus presenteou o homem com seu grande amor enviando seu Filho para oferecer a salvação de graça. Paulo informou-me disso: “Pois é pela graça que somos salvo, mediante a fé; isto não vem de vós é presente de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.”  (Efésios 2.8,9) Esta declaração deixou nosso sistema de justiça escandalizado. Um Deus justo e santo declara um pecador bandido salvo e justo. E ainda diz que as obras não tem valor como mecanismo de elevação espiritual, mas que as obras de caridade devem ser conseqüências da salvação. (Gálatas 5.22)

Nossa natureza humana  decaída é incapaz de compreender a bondade de Deus, isto leva o homem a dificultar o caminho para Deus, inventando a auto salvação penitencial, como se fosse possível o homem rastejar por eras a procura de evolução espiritual.

Jesus escandalizou o sistema religioso de sua época ao almoçar com funcionários públicos corruptos, inclusive fiscais de renda. Jesus seria capaz de ser amigos de todos envolvidos no escândalo da Operação Lavajato e oferecer a cada um deles o perdão, de graça, apenas recomendaria que eles não defraudassem mais. Quando um religioso censurou o Mestre pelo seu convívio como os delinqüentes, Ele falou: “Não são os sãos que precisam de médico, mas sim os doentes, (...) o Filho de Deus veio buscar e salvar os que se haviam perdido.” (Lucas 10.19)

De uma forma dinâmica, Jesus me convenceu que ele veio realmente para ser uma Rocha de Escândalos, uma Pedra de Tropeço. Prostitutas, ladrões, cegos, mendigos, vagabundos, e outros excluídos desfrutaram da companhia e doce paz de Jesus. A todos esses Jesus perdoou e mandou seguir em paz seu caminho recomendando que não pecassem mais. Jesus jamais exigiu sacrifícios, carmas, purgações, e outros instrumentos cansativos das religiões.

A Graça de Cristo me surpreendeu. Paulo explicou que “somos justificados pela fé em Jesus, e assim temos paz com Deus, por meio de Jesus Cristo” (Romanos 5.1). Entendi que não precisa mais ninguém pagar penitências ou carmas, Cristo pagou com seu próprio sangue toda a culpa (Hebreus 10.12 a 14) daquele que o aceitou e o aperfeiçoou para sempre.

Compreendi porque aquele jornalista chamou a Graça de Deus de injusta e escandalosa. É injusta porque nosso sistema de justiça é o da não-graça, e é escandalosa porque tira nossas máscaras e nos diz que nosso pecado é semelhante ao pecado dos malfeitores. Para Deus não há acepção de pessoas, todos pecaram, todos são carentes da graça, e não podemos fazer por nós mesmo nada para merecê-la ou para não merecê-la, ela é dada a todos indistintamente.

 

(*) JOSSY SOARES é Advogado, Bel. em Teologia e Coordenador do Movimento Evangélico Universitário ChiAlpha - Meuc

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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MARIO 14/07/2020

MUITO PERTINENTE O EVANGELHO GENUINO CONTRARIA RAZÕES E SABEDORIA HUMANA, VAI CONTRA RELIGIOSIDADE E TRADIÇOES, O SENSO DE JUSTIÇA HUMANA NÃO CHEGA AOS PÉS DO TODO PODEROSO QUE SEMPRE ESTARÁ A FRENTE DAS RAZOES HUMANAS. PARABENS MEU QUERIDO O QUE A COVID TEM FEITO COM NOSSA SOCIEDADE É UMA RAZAO DE REFLEXÃO PELA "INJUSTIÇA" DE DEUS...

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