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Artigos Terça-feira, 23 de Abril de 2024, 07:43 - A | A

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Terça-feira, 23 de Abril de 2024, 07h:43 - A | A

CRISTIANE AMARAL

Como ser a rede de apoio de alguém

CRISTIANE AMARAL

Reprodução

CRISTIANE AMARAL

 

O Brasil figura como o país com maior prevalência de depressão na América Latina. São cerca de 12 milhões de brasileiros com este transtorno, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2023). Também temos a população mais ansiosa do mundo. Diante de um quadro preocupante na saúde mental, precisamos repensar os espaços e as relações para poder disponibilizar suporte, ou seja, ser “rede de apoio” de alguém. 

Precisamos compreender que o ser humano é um ser social que precisa de relações interpessoais saudáveis para conseguir sobreviver em um mundo complexo e em constante mudança. Nesse sentido, as redes de apoio se destacam como um pilar fundamental para garantir bem-estar emocional, resiliência e capacidade de resolução de problemas.

Neste mês, no dia 18 de abril, celebramos o Dia do Amigo, data que observei como um convite para repensar sobre a nossa disponibilidade para ser rede de apoio, seja em casa, no trabalho ou na convivência social. A literatura científica mostra que a partir de uma teia de conexões e recursos, os indivíduos e as comunidades podem se sustentar e se apoiar mutuamente.

De forma prática, a rede de apoio pode ser formada por pessoas, grupos e instituições que ofereçam alguma ajuda em momentos de necessidade. Mas é importante frisar que qualquer pessoa pode precisar de uma rede de apoio. Não se trata de uma etapa de tratamento, mas sim um fator que nos ajuda a levar uma vida plena e pode servir como fator preventivo no surgimento de transtornos como depressão e ansiedade. 

Não existe pré-requisito para isso. O mais importante é se dispor a cultivar uma relação de confiança, para que o indivíduo possa se expressar e pedir ajuda nos momentos de vulnerabilidade ou necessidade. Sabe aquela pessoa para quem poderíamos ligar de madrugada ou em um momento de crise? Você tem alguém assim na sua lista?

Posso citar alguns exemplos de momentos nos quais uma rede de apoio se torna crucial: durante a maternidade, na perda de entes queridos (luto), em separações, diagnósticos de doenças crônicas e/ou complexas, diagnósticos de transtornos mentais, perdas financeiras e materiais, bem como desemprego.

Nem sempre fica explícito que alguém está enfrentando uma crise pessoal, pode ser que essa pessoa apenas se mostre mal-humorada e desesperançosa, portanto, atenção às falas repetidas sobre não ver mais “sentido na vida”. Outra coisa. Sei que relacionamos rede de apoio a questões ruins, mas há momentos de grande alegria, como é o caso da maternidade, em que é indispensável o apoio de pessoas ajudando. Mães precisam muito de rede de apoio!

Entre os tipos de rede de apoio, podemos citar diversas entidades muito heterogêneas, que podem ser entendidas formais ou informais, as formais incluem serviços de saúde e de assistência social, serviços de educação, esporte, cultura, lazer, dentre outros espaços comunitários. Já as informais compreendem vínculos individuais com amigos, familiares, colegas de trabalho ou profissão, vizinhos, entre outras pessoas.

Nosso estilo de vida cada vez mais atarefado e apressado é um desafio para construirmos redes de apoio. E por isso há uma tendência mundial cada vez maior para o isolamento social e para as relações superficiais. Nesse contexto, estamos vendo se expandir e agravar os quadros de adoecimento psíquico e emocional, principalmente de pessoas mais vulneráveis, como crianças, jovens e idosos.

Como profissional da saúde, quero deixar a recomendação para que possamos fortalecer as nossas relações, ou seja, para cultivar e investir nas amizades. Precisamos resgatar os laços de afeto, de parceria e amor. Temos que ajudar mais e também nos permitir ser ajudados, porque só assim vamos resgatar parte da humanidade que perdemos em uma vida cada vez mais moderna, virtual e tecnológica.

Não, um “like”, um comentário em um vídeo e uma mensagem no WhatsApp não substituem um abraço. O escritor e poeta Paulo Leminski tem versos que buscam traduzir esse sentimento: “Meus amigos, quando me dão a mão, sempre deixam outra coisa, presença, olhar, lembrança, calor. Meus amigos, quando me dão, deixam na minha, a sua mão”. Que possamos ser esta presença amiga na vida de quem está à nossa volta!

(*) CRISTIANE AMARAL é psicóloga com formação em transtorno de ansiedade e depressão no Instituto Albert Einstein.

 

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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